segunda-feira, 14 de setembro de 2009

São as grandes obras publicas uma boa opção?‏

Muito se tem sido discutido sobre se as grandes obras publicas “lançadas” por este governo são efectivamente uma boa opção estratégica para o país?

São elas;

- Novo Aeroporto Internacional (NAI) - 5,000 Milhões de Euros
- 3 Linhas de Trens de Grande Velocidade (TGV) 3,000 Milhões de Euros,
- Nova Ponte Chelas - Barreiro (NP) - 1,500 Milhões de Euros
- Novas Auto-Estradas (NAE´s) - 500 Milhões de Euros.

Há duas fortes motivações para o principal responsável pela condução política do nosso país, o primeiro-ministro, seja ele qual for, homem, mulher, PS ou PSD, nos querer levar a acreditar que as grandes obras publicas não são só boas opções, como são vitais para o nosso crescimento económico.

A primeira das duas é pensar que perante a actual crise económica (primeira crise sistémica global), se pode contrapor com a aplicação das teorias de Keynes, que defendia que quando o sector privado não gera procura e investimento deve ser o estado a fazê-lo de forma a motivar o crescimento económico. Isto resultou há 80 anos, nos EUA, que eram uma economia fechada e não globalizada. Hoje, a aplicação destas teorias, leva a que o dinheiro investido / aplicado pelo estado vá parar nas mãos de estrangeiros, sendo o contributo para o crescimento da economia nacional meramente marginal, mas o custo do mesmo será integralmente suportado pelas gerações futuras.

A segunda motivação (mais premente), é a de que as grandes obras públicas alimentam as grandes construtoras (que podem ou não ser nacionais) e os bancos (que urgem ter aplicação para o capital que dispõem), e estes retribuem de igual forma aos dois principais partidos do sistema político nacional, nomeando os responsáveis de topo para elevados cargos nas suas administrações. Alimentando assim a conhecida promiscuidade democrática.

Estas são as duas grandes e únicas motivações para a insistência nas grandes obras públicas.

Enquanto isso, a desestruturação do estado, a criação consecutiva e gradual de novas instituições públicas para abrigarem os “boys” e as “girls” do regime, a manutenção da maioria dos funcionários públicos sob um regime de ameaça de “dispensa” ou mesmo “despedimento”, através de sábias políticas de “redução de pessoal” que de eficientes só têm o nome, mantêm o estado refém desta, Tríade.

Entretanto pelo nosso mar continuam a passar navios, carregadinhos de armamento, perdão madeira exótica, e a Marinha nem os “vê” passar… porque os nossos marinheiros são incompetentes? Errado. Porque não têm os meios necessários para controlar a nossa ZEE.

Se nada fizermos. Nada acontece.
Ou por outra…
Continuará a acontecer o que sempre aconteceu.
Cada vez menos, ricos mais ricos, e mais pobres, ainda mais pobres. (passo a redundância)

Texto de:
Carlos Miguel Sousa

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