terça-feira, 27 de outubro de 2009

Eficiência Energética - Energias Renováveis & Saida da Crise..


Recentemente todos se lembram do empresário Luso Americano, Patrick Monteiro de Barros, querer construir uma nova Refinaria de Gasolina, cujas emissões de co2 para a atmosfera obrigariam em consequência á construção de uma central nuclear em Portugal. Desta forma este empresário pensava poder assim compensar o excesso de poluição produzida pela refinaria com a poupança de poluição nomeadamente na utilização de combustíveis fosseis como o carvão ou o fuelóleo ( derivado do petróleo ) que daí resultaria. Esta necessidade decorre do Protocolo de Quioto que Portugal assinou, com os restantes países europeus, e que nos obriga a cumprir quotas de poluição ou de outra forma adquiri-las a terceiros que delas não precisem.



Efectivamente e pese embora a ideia fosse economicamente viável, e gerasse milhões de euros de impostos, e PIB, os nossos responsáveis políticos rejeitaram-na alegando que a construção de uma nova refinaria cujo único cliente seriam os EUA, era mais uma forma destes exportarem uma industria altamente poluente para fora do seu país, por outro lado a construção de uma Central Nuclear, alem de toda a polémica adjacente, iria permitir quando construída e a funcionar ( prazo médio = 10 anos ), sustentar pouco mais de 10%/15% do consumo esperado de energia eléctrica no país.



Como actualmente existem politicas totalmente divergentes quanto á energia nuclear, em vários países do mundo, os nossos políticos optaram por não recorrer ainda a este tipo de energia. Recordo para os devido efeitos que enquanto a França ( segundo maior produtor mundial de energia nuclear ), exporta energia eléctrica, e tem o preço mais baixo do mundo para a energia eléctrica, os nossos vizinhos espanhóis, já têem a funcionar um plano para acabar de vez com a energia nuclear, pelo que á medida que os reactores vão atingindo a sua vida útil, vão sendo desactivados e não substituídos. Um dos principais problemas da energia nuclear, continuam a ser os resíduos, ou o seu tratamento & armazenamento, uma vez que se mantêm radioactivos por algumas centenas senão mesmo milhares de anos. Apesar das recentes evoluções na construção e estrutura de funcionamento dos reactores nucleares, crê-se que perante um estado de guerra ou acidente natural grave ainda exista um perigo real de emissão de partículas radioactivas para a atmosfera, caso o reactor seja afectado. Há quem garanta que não, mas senão existe o risco existe pelo menos o medo.



Como todos já sabemos a principal fonte de energia eléctrica, o petróleo, terá tendência a acabar, pese embora se tenham vindo a encontrar novos poços e novas reservas estas estão cada vez mais no mar, e a elevadas profundidades, pelo que o seu custo de extracção é gradualmente mais elevado. Prevê-se portanto com algum grau de certeza que o petróleo não irá durar para sempre. É essa a razão porque cada vez mais se investe na energias renováveis, nomeadamente, Solar e Eólica.



Acontece porem que para que as energias renováveis venham efectivamente a ocupar o seu lugar no computo das energias disponíveis e aproveitáveis, teremos todos que investir numa reeducação dos nossos hábitos de vida e consumo, no sentido de começarmos por aumentar a EFICIÊNCIA ENERGÉTICA do nosso estilo de vida. É daqui que se esperam 50% dos ganhos na racionalização futura da utilização da energia no mundo e não somente na alteração das fontes de energia.
Ao contrário do que pode parecer á partida, isto não é um processo fácil, nem rápido, antes pelo contrário. Acontece que as alterações climáticas e respectivas consequências práticas, estão a evoluir a um ritmo muito mais rápido do que a nossa mentalização pessoal para uma rápida alteração de hábitos no sentido de uma maior eficiência Energética.



Um dos principais problemas que se coloca ao cidadão comum, é que a maioria está enredada num ciclo de pobreza, e desta forma está impedida de fazer melhorias nas suas habitações, ou preocupar-se sequer, com este tipo de assuntos, pois uma boa parte do seu rendimento destina-se á sua sobrevivência e outra parte ao pagamento do consumo de energia, sendo que boa parte dela é desperdiçada!?



Só quebrando este ciclo de pobreza, com intervenções pontuais devidamente planeadas ao nível das micro - comunidades que são os condomínios urbanos, e as comunidades rurais, se pode evitar que qualquer medida tomada neste âmbito peque, por tardia, com todas as graves consequências que daí advirão para o fenómeno do aquecimento global.





O aumento da eficiência energética não passa só pelo apoio á instalação de equipamento de energia solar térmica, foto voltaica, ou mini e micro - geradores eólicos, caros e de eficiência ainda duvidosa, passa em primeiro lugar pelo aumento da eficiência do isolamento de janelas e portas, na alteração das tomadas de energia eléctrica que deveriam passar a integrar todas sem excepção um interruptor próprio, para que os aparelhos nelas ligados pudessem ser desligados através de um mero interruptor, em vez de ficarem em stand - by horas e dias,( Ex. Carregadores de Telemóvel, Televisões, TV Boxs, DVD-Videos, PC´s..) entre outras pequenas / grandes alterações, que estou certo os especialistas da área poderão enumerar, a custos baixos para o utilizador, e com resultados rápidos e efectivos. A recente campanha de troca de lâmpadas foi um desse exemplos.


Se o nosso actual governo, decidisse investir os milhares de milhões euros que pretende usar em auto-estradas, TGV e aeroporto , em R&D e fábricas de energias renováveis (Solar, Éolica e ondas), em 2 ou 3 anos, Portugal poderia ser o maior exportador mundial deste tipo de geradores / tecnologia (sendo que na das ondas é pioneiro com dois projectos a nível mundial), criava milhares de postos de trabalho, eliminava a dependência energética do exterior, a permanente exportação de divisas para pagar o crude que importa, melhorava substancialmente o ambiente, reduzia a pobreza, corrigia a balança de pagamentos e saía da crise mais depressa que todos os outros países.


Se nada fizermos. Nada Acontece.
O exemplo é o principio de tudo.

2 comentários:

  1. Caro Carlos

    Subscrevo praticamente tudo o que diz.
    Só que há um grave problema na sua dissertação que é o esquecer-se dessa coisa singular, única na história dos países, muito portuguesinha (tal como o fado e o bacalhau), que é a permanente, imutável, imortal, vesga e autista ESTUPIDEZ dos crânios ultra-iluminados que nos têm governado ao longo dos tempos.
    Já o grande Eça de Queiroz no seu "Os Maias" dizia o seguinte:
    "Neste abençoado país todos os políticos têm imenso talento... E resulta portanto este facto supracómico: um país governado com imenso talento, que é de todos na Europa, segundo o consenso unânime, o mais estupidamente governado! Eu proponho isto, a ver: que, como os talentos sempre falham, se experimentem uma vez os imbecis!"

    Não esquecer quem são os "imbecis": é você, sou eu e todos os portugueses que vêm o que é evidente, correcto e sério. Nós os que queremos que acabe a corrupção e que se governe em prol do bem, da riqueza e do progresso dos portugueses. Nós os que queremos que haja MÉRITO em prol da SOCIEDADE.
    Enquanto há vida há esperança!

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  2. Viva Vitor, feliz ou infelizmente os nossos principais politicos de estupidos têem muito pouco, o que eles têem é as prioridades bem definidas e estão focados em atingi-las uma a uma, ao contrário de nós que vamos vivendo a vida na exacta medida - em que cada vez mais - eles nos deixam vivê-la.

    Porquanto, é sempre a sua primeira prioridade a auto-promoção, ou a promoção pessoal, aquilo que nós comumnmente designamos por GESTÃO DA CARREIRA POLITICA, que nalguns casos trás vantagens pecuniárias imediatas, mas na generalidade acaba só por as trazer a médio longo prazo com confortáveis e bem remuneradas posições em alguma empresas privadas, ou publicas, ou semi-publicas, ou criadas de propósito para os tachos.

    A segunda prioridade é a defesa dos interesses da instituição que lhes permite a carreira e lhes suporta as ambições, O PARTIDO.

    E por fim a terceira e ultima oportunidade a sua função no cargo que vierem a ocupar e que pressupostamente deveria servir o povo.

    Como pode verificar é um processo até bastante inteligente.

    Por outro lado nós tambem não somos propriamente uns imbecis, o que somos é NEGLIGENTES POR OMISSÃO, porque em vez de tentarmos encontrar formas de nos unirmos em torno de interesses comuns, não raras vezes a unica coisa que procuramos são formas de não nos entendermos, e ficamos a assistir a tudo sem ser tidos nem achados, do lado de fora da contenda.

    Imagine agora se nos unissemos?
    Pelo que pude analisar nas ultimas eleições autárquicas houve alguns milhares de imbecis como nós os dois, que se uniram em movimentos independentes de cidadãos ( MIC´s ) e imagine-se, alguns até conseguiram ser eleitos!!??

    A meu ver o levantamento da mole humana que constitui a sociedade civil está em movimento, tal como um TSUNAMI, ele há-de desaguar nalgum lado, só espero que até lá não haja um rasto de destruição, a não ser que esse mesmo rasto seja a unica via para se construir algo de novo.

    Enquanto há vida há esperança, mas se nada fizermos nada acontece, e como o exemplo é o principio de tudo, comecemos então por nós mesmos. Um abraço

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